O coração de uma baleia-azul
Jan 24, 2024
Ele não tinha métrica
Parágrafo e nem sequer pontuação
Andava em passos de uma tartaruga
Mas tinha o coração de uma baleia-azul
Costurados com retalhos que alguém deixou
Escrevia para errar
Não tinha nem sumário
Quanto mais prefácio
De vez em quando, era construído por apenas frases curtas
Mas estava sem rumo, sem linha e sem fim
Procurava desvendar o propósito que a vida tinha reservado
Carregava o desconhecido que lhe habitava
Numa solidão total, corria as memórias de quando ainda o cérebro funcionava
Estava num estado de dor sem sofrimento